sábado, 5 de maio de 2012

Eu quero filmes!

Resolveu assistir à uns bons filmes neste fim-de-semana e ficou meio perdido na hora de escolher?
Aí vão duas boas dicas minhas: Alexandria e Esquizofrenia


Eu sempre gosto quando o cinema se mistura com História, e no caso de Alexandria além de termos um roteiro muito bem explicado, ele nos prende por algumas peculiaridades. O filme prima pela sua qualidade narrativa de imagens, focando-se em duas ideias.
Um dos focos é a astrônoma Hipatida, lindamente interpretada por Raquel Weisz. Hipátida é grande estudiosa das órbitas planetárias; o modelo ptolomaico, onde a Terra seria o centro do universo e oito esferas, ou “céus”, que representariam as órbitas de corpos celestes como a Lua e o Sol indicavam a trajetória dos astros em torno do nosso planeta. No entanto o modelo ptolomaico não satisfazia a certas indagações que aparecem ao longo do filme: a Terra estaria ou não em movimento?

Outro ponto crucial que sustenta de forma bem mais incisiva o roteiro, sem desalinhar-se com a personagem de Weisz, são os conflitos entre pagãos e cristãos, buscando passar uma mensagem de união esquecida pela humanidade.
Pois bem, eis aí os alicerces que vai direcionar a história e que se agregam de forma torporosa. Até que ponto a Filosofia da nossa personagem pode ser um insulto à crenças da época? Não seria uma contribuição sem igual esses estudos para a nossa evolução científica? Até onde a obssessão pelo poder poder embaralhar isso tudo?
São questionamnetos que se podem fazer dutrante o filme, mas o que mais me intriga no momento é por que esse filme, de um diretor qualificado como Alejandro Anemábar, não foi lançado nas salas de cinams do país e só o foi dois anos depois em DVD e Blu-Ray. Um filme pedagógico como este seria uma contribuição das salas de cinemas às carentes salas de aulas do país.

Título original: Ágora
Direção: Alejandro Amenábar
Produção: Álvaro Augustín, Fernando Bovaira, Simón de Santiago, José Luis Escolar e Jaime Ortiz de Artiñano
Gênero: Drama
Ano 2009


Esquizofrenia nos arrebata no segundo take. O filme não informa se Keane, o personagem principal(íssimo)  - e título original do filme - já tinha problemas mentais, mas suas primeiras falas mostra a busca desesperada por sua filha que supostamente teria perdido em uma estação de trem. Vemos logo ali um Keane em estado esquizofrenico avançado. E o decorrer da película, com a camêra exageradamente em seu perfil, em close quase o filme inteiro, nos mostra o verdadeiro horror de viver uma doença como essa: discursos, pensamentos e atos desorganizados, delírios sobre o suposto sequestrador, que pode estar em toda parte.
Como um ritual, que tem algo de seu comportamento doentio, Keane volta todos os dias ao lugar em que Sophie, o nome da sua filha, haveria sumido e procura, ali, reviver a cena a todo custo, reconstituindo-a passo a passo.
A situação de Keane se agrava, já que está intimamente ligada ao consumo de álccol e cocaína, o que aumenta, de forma visível, os delírios do protagonista.
Mas algo inesperado vai acontecer. A ligação casual de Keane com uma mulher que tem uma filha da mesma idade da sua, o faz ter um paixão inverossímel. Nesse momento não se sabe se é o instinto de carência e sofrimento que o faz seguí-la como que por um certo amor repentino.
O traço bom desse momento narrativo é que podemos ver um Keane sóbrio, sem crises, longe das drogas. Isso fica ainda mais evidente quando ele tem que cuidar da pequena por dois dias, já que sua mãe simplesmente sumiu.
O problema é exatamente esse: Keane é um esquizofrênico, tomando conta sozinho, de uma criança da idade de sua filha sequestrada. O que isso pode refletir na cabeça de um transtornado mental? Como haverá controle?
Minha maior dúvida, na verdade, é como o ator Damien Lewis passou tão despercebido dos focos com uma atuação tão real e grandiosa.
Prepare-se para um misto de sofrimento e consternação dentro da mente de um esquizofrênico. Prepare-se para se confundir entre o real e o imaginário.

Título Original: Keane
Estado: Em DVD
Gênero:
Drama, Suspense
Direção e Roteiro:
Lodge Kerrigan
País de Origem: Estados Unidos da América
Estreia no Brasil: 2004
Estreia Mundial: 6 de Janeiro de 2004
Duração: 100 minutos

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