domingo, 19 de junho de 2011

Minhas tintas e o 'Helicóptero' de Rodrigo


Há pouco tempo, me descobri um pintor. Verdade! Nunca fiz curso de nada e detestava as aulas de artes pláticas do colégio. Quando morei em São Paulo, cursando o - naquela época - 3º ano científico, aqueles não muito afeitos às aulas de Biologia ou História, se punham a desenhar atrás das apostilas figuras incríveis, desenhos quase profissionais. Até penso que muitos hoje devem estar no topo dos reconhecidos artistas, sem precisar daquelas aulas chatas. Achava aquilo o máximo e até tentava alguns rabiscos, não para me livrar das aulas, mas pela admiração à arte. Não poucas vezes passei vergonha!

Minha veia de "artista" descobri como obra do tratamento massoterapêutico com o meu grande amigo Geetesh que já cuida da minha coluna há 6 anos com técnicas orientais.

Durante o ano de 2010, Geetesh, manso e parcimonioso como todo discípulo do Osho, e depois de tantos anos na Índia, teve trabalho comigo. Tive dias realmente estressantes, a vida profissional não estava fácil, tinha grandes desafios e muros altos a transpôr. Isso tudo se acumulava onde? Na minha cabeça e na minha coluna, e as respostas eram enxaquecas terríveis e dores lacinantes nas costas.

"Não sei sequer desenhar, Geetesh!". "Tente! Pegue a tinta e jogue no quadro! Você vai liberar toda essa energia que se acumula na sua cabeça porque é muita!". Era o que me dizia o amigo para que aliviasse as tensões, com a prática da pintura, se valendo de sua experiência também de artista plástico de nome conhecido.

Resolvi "jogar as tintas nas telas" e já fiz algumas depois disso. Sinceramente, não acredito que sou eu que as faço! Reitero, sem medo de ser redundante -- nunca fiz qualquer curso, aula, workshop; e como ter resultados tão impressionantes aos olhos, inclusive, de artistas reconhecidos?!

Fui em busca de explicações e a verdade é que entendi menos do que pretendia. O certo é que continuo pintando e me desestressando...

Quando Rodrigo, o "mai broder", como o chamo desde criança, abrasileirado assim mesmo, me apresentou uma pequena crônica entitulada "Helicóptero..." que resolvera escrever num desses dias "que deu vontade", a sensação que tive com o amigo-irmão foi a mesma. Rodrigo não tem esse costume. Muito que este seu amigo que agora vos escreve já fez para que lesse os livros que faziam tremer qualquer simples leitor, que não levanta enquanto não passar a útlima página. Minhas tentativas já se deram com algumas obras desse tipo e, uma semana depois, querendo saber o resultado para tratarmos do assunto, o mai broder conseguira chegar na página 41, o que era um excelente trabalho. Talvez em uma semana poderíamos discutir o enredo fascinante da obra!

Três semanas, eu com todo entusiasmado, vi o mesmo livro na cabeceira e pronto para perguntar sobre o que tinha achado, abri o livro no marcador e a página era... a 41???!!!


Não que Rodrigo não goste de leitura, mas não gosta de nada que se lhe deem para ler. Sua leitura é espontânea e muito particular. Tão particular que em uma dessas livrarias de aeroportos, em uma prateleira cheia de revistas e editoriais de mundo inteiro, ele me disse: "se pudesse, levaria essa prateleira inteira". Rodrigo tencionava degustar sua leitura rotineira gigante num voo de duas horas...

Essa identidade especial em suas leituras, não geravam em mim muitas expectativas literárias no meu amigão. Mas aconteceu o improvável!  Ele me apresentou um texto que publicou como nota na sua página do facebook e que me deixou impressionado. Uma veia crônica que jamais imaginaria estava ali presente, como que escrito por um exímio leitor, e, não obstante tanto tempo de convívio e amizade, jamais conseguira auferir.

Nem eu, nem o Rodrigo ficamos querendo demasiadas explicações para isso. É que, como bem o conheço, e nisso se parece demais comigo, sabemos que nada deve ser inimaginável. Tudo na vida é possível!

Descubra você enquanto há tempo algo virtuso que está escondido em algum lugar, talvez sopitado pelas agruras da vida rotineira e cansativa. Saiba aproveitar essa virtude da melhor forma possível, porque Deus nos dá uma mente infinita e quem pensa que ela não guarda grandes segredos,certamente perderá muitas oportunidades um tanto valiosas...

P.S. O texto do Rodrigo, posto em seguida.

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