domingo, 31 de julho de 2011

Fruta Fresca. Hã?

Se imaginarmos que a Flórida já decidiu uma eleição para Presidente dos EUA, não podemos nos dar conta que Miami, o centro e o postal do estado, seja a cidade mais chicana do mundo. Sim! Em nenhum lugar você vai poder encontrar mais latinos.

A comunidade é tão grande que os "americanos" de Miami se esquecem de falar inglês e só falam a língua das muchachas do caribe. "O quê?". Peraí, eu não entendo espanhol. Eu falo português e quem inventou que essas duas línguas se parecem? Queria que estivesse comigo pelas minhas andanças, porque não falo espanhol e não entendo como a língua OFICIAL da Flórida.

O mais curioso. Nós, brasileiros adoramos samba, ok? Errado. Você encontra MUITOS brasileiros em South Beach ou em Downtown, mas por que será que essa música que vos posto em um link do YouTube, toca em todo lugar e eles aumentam quando, nós, brasileiros damos as caras? A música foi um hit do verão de Miami, mas tá lá na bodega mais furreca que você possa encontrar, até no badalado hall do Fontanebleau.  E eles sempre olham para nós!!!!

Bom, eu dou uma balançadinha de leve, um risinho maroto, mas que raiva! E que legal! A música é demais mas não tem nada a ver com brsileiro, pow! Ou tem?

As lojas, até dos shoppings, tocam sempre "Fruta Fresca". Acho que isso deve ser uma fórmula para aguçar o ânimo consumerista. Eu fico mesmo é com vontade de sair correndo... para achar um bar para tomar "una cerveza, por favor!". "Hã?". "Ok, may I have some Margueritha?". "Hã".

Em todo caso, aproveite a música oferecida mesmo que não seja nossa! Pode ser que eles resolvam lhe mostrar que adoram dançar o KUDURO... é, isso já toca demais por lá!... :o$


A canção de "Fama"

Nova York do século 80. Sete aulas por dia e um almoço razoável. Essa é a única garantia que os alunos da Escola de Artes Dramáticas de Nova York possuem para se tornarem "famosos". Conseguir? Ah, isso já é outra história... Roteiro à parte, enquanto uns lutam desesperadamente por "ela", outros a tem naturalmente e jogam-na no lixo. Ou quando a conseguem, dão de ombros. Bizarro!

Alan Parker levou o filme ao topo de L.A. Com o estilo energético do diretor de "Evita", "Fama", de 1980, foi indicado a seis prêmios Oscar, incluindo Melhor Roteiro, e arrebatou os troféus de trilha sonora e canção original - levou ainda o Globo de Ouro nessa categoria. Irena Cara arrebatou a estatueta de melhor atriz (para levar para casa e sumir! Depois disso fez filmes de baixas produções como um de 2007 que nem lembro do título).

Vale muito lembrar que Alan Parker, há mais de 30 anos, lançava a fórmula televisiva que hoje faz sucesso em séries americanas que alcançam marcas extraordinárias, sem falar nos vários espetáculos e musicais que "Fama" rendeu até hoje.

De tudo mesmo, o filme deixou a linda, lindíssima canção "Is It Ok If I Call You Mine?" na cena antológica em que Chuck Norris, no auge de sua juventude (e magreza), canta no crepúsculo da movimentada cidade, à beira de uma janela de um simples apartamento típico dos retirantes, com sua própria voz e violão.


Tal cena é realmente magistral e, francamente, mesmo que o filme seja imperdível e obrigatório em nossa história cinéfila, talvez só lembramos de "Fama" até hoje por causa dela. 


Acho que depois de "Is It Ok If I Call You Mine?", todos aprenderam a fazer tal pergunta em uma romântica cena de amor. Depois dela, passamos a ratificar esse amor que temos pelas trilhas de Holywood...



Ah, ia esquecendo de dizer que a composição é de Paul McCrane.








Veja aqui a cena descrita no texto:
http://youtu.be/_g7byKNH05g 

sábado, 23 de julho de 2011

Não há mais o que falar, da Amy agora só se tem o que ela deixou para ouvir

Assim que retornou do Brasil
Não tenho nada para falar. E nem quero. Meu adeus a ela, que tenho (ou tinha) como a maior cantora contemporânea, vai com este vídeo ininterrupto de três canções em sua apresentação no Rio, tida pelos críticos como a sua melhor no Brasil.

A gravação é amadora, feita por mim, um grande fã e no front stage, na frente da cantora - bom que se advirta -, mas teve mais de 6 mil acessos desde que foi plublicada não obstante os elementos ligeiramente ruins justicados do vídeo. Escrever sobre ela? Já o fiz muito...

Sofreu muito... Também fizeram-na sofrer. Agora que descance em paz!





 

P.S. Outros vídeos próprios dos shows da cantora em sua turnê no Brasil (fora Recife) no meu canal do YouTube: http://www.youtube.com/flavioassub

sexta-feira, 22 de julho de 2011

NEM TUDO




NEM TUDO É TÃO FORTE QUE NÃO POSSA VACILAR
NEM TUDO É TÃO FRACO QUE NÃO POSSA SUPERAR
NEM TUDO É TÃO SIMPLES QUE NÃO POSSA SURPREENDER
NEM TUDO É TÃO COMPOSTO QUE NÃO POSSA RETROCEDER
NEM TUDO É TÃO BELO QUE NÃO POSSA DECEPCIONAR
NEM TUDO É TÃO FEIO QUE NÃO FAÇA PALPITAR
NEM TUDO É TÃO PEQUENO QUE NÃO POSSA AFAGAR
NEM TÃO GRANDE QUE NÃO POSSA CONFORTAR
NEM TUDO É TÃO IMPORTANTE QUE NÃO POSSA ESCUTAR
NEM TÃO INSIGNIFICANTE QUE NÃO POSSA VALORIZAR
NEM TUDO É TÃO ROMÂNTICO PARA NÃO DESPERTAR
NEM TÃO SONHO QUE NÃO POSSA SER REAL
NEM TUDO É TÃO SINGELO QUE NÃO DEIXE DE ACARINHARNEM TÃO RUDE QUE NÃO POSSA LACRIMEJARNEM TUDO É TÃO PODEROSO QUE NÃO POSSA DESPENCAR
NEM TUDO É TÃO GRANDIOSO QUE NÃO POSSA DESGASTAR
NEM TUDO É TÃO POMPOSO QUE NÃO POSSA ESCARNECER
NEM TUDO É TÃO BOBO QUE NÃO POSSA ASSOMBRAR
NEM TÃO FRÁGIL QUE NÃO POSSA GALGAR
NEM TUDO É TÃO POBRE QUE NÃO POSSA SOBREVIVER
NEM TÃO INGÊNUO QUE NÃO POSSA CONVIVER
NEM TUDO É TÃO FEVEREIRO QUE NÃO POSSA TRABALHAR
NEM TÃO DEZEMBRO QUE NÃO FAÇA ENDURECER
NEM TUDO É TÃO GENTIL QUE SEU LUNGA NÃO POSSA TRATAR
NEM TÃO GENEROSO QUE NÃO SEJA DE SE APEGAR
NEM TUDO É TÃO BONDOSO QUE UM TAPINHA NÃO POSSA CURAR
NEM TÃO MALDOSO QUE UM PERDÃO NÃO POSSA SALVAR
NEM TUDO É TÃO FANTÁSTICO QUE O SONO NÃO POSSA VENCER
NEM TÃO SOMBRIO QUE SEJA DE ESTARNECER
NEM TUDO É TÃO SÃO PAULO PARA QUE SE POSSA VELEJAR
OU TÃO CARIOCA QUE NÃO SEJA PARA ENGRAVATAR
NEM TUDO É TÃO BRASILEIRO QUE NÃO SEJA PARA APLAUDIR
NEM TUDO É TÃO PLANALTO QUE NÃO POSSA SORRIR
NEM TÃO CONGRESSO QUE NÃO PARA SUPRIR
NEM TUDO É MORRO QUE NÃO DÊ PARA PLANTAR
NEM IPANEMA QUE NÃO SEJA PARA TRAFICAR
NEM TUDO É TÃO NORDESTE QUE NÃO SEJA PARA BRILHAR
NEM É TÃO SUL QUE TAMBÉM, SEM DISPUTAR
NEM TUDO É TÃO HOMEM QUE NÃO POSSA SER CORAÇÃO
NEM TÃO MULHER PARA QUE NEM SEMPRE OS DOIS EM PROPORÇÃO
NEM TUDO É TÃO MADURO QUE NÃO POSSA TRANSBORDAR
OU TÃO INFANTIL QUE NÃO POSSA DOUTRINAR
NEM TUDO É TÃO NATURAL QUE NÃO POSSA DESCARRILHAR
NEM TUDO É TÃO NOSSO QUE NÃO POSSA SER DIVIDIDO
OU TÃO SUBLIME QUE NÃO POSSA SER DOÍDO
NEM TUDO É TÃO FRATERNO QUE NÃO POSSA SE ERRAR
NEM TÃO DISTANTE QUE NÃO POSSA ENCORAJAR
NEM TUDO É DESGRAÇA QUE NÃO POSSA RENASCER
NEM TÃO VIVO QUE NÃO POSSA ESVANECER
NEM TUDO É TÃO EXPOSTO QUE NÃO POSSA CEGAR
NEM TÃO EXPLÍCITO QUE NÃO POSSA IGNORAR
NEM TUDO É TÃO SUTIL QUE NÃO POSSA DESCONTROLAR
NEM TÃO SUAVE QUE NÃO POSSA ENRIGECER.
NEM TUDO É TÃO MIAMI PARA QUE NÃO SEJA AMERICANO
NEM TÃO DIXIE QUE NÃO POSSA SER CHICANO
NEM TUDO É TÃO MACHISTA QUE NÃO POSSA DESABROCHAR
TAMPOUCO SER TÃO ALEGRE PARA O SEU PAI NÃO ADORAR
NEM TUDO É TÃO MASCULINO QUE NÃO POSSA SE PINTAR
OU FEMINIMO PARA QUE NÃO POSSA SE SUJAR
NEM TUDO É TÃO EUROPA QUE NÃO SEJA COMO O SEU
NEM TÃO MEXICANO PARA DIZER QUE É DE PLEBEU
NEM TUDO É DOGON PARA SE TER COMO MALVADO
NEM CHINÊS PARA MORRER COMO GADO
NEM TUDO É FANTASIA QUE NÃO POSSA SER DESMASCARADA
NEM TUDO É ESCANCARADO QUE SEJA ASSIM TÃO ENTENDIDO
NEM TUDO É PENSAMENTO QUE NÃO POSSA SER VIVIDO
NEM TUDO REALIDADE PARA QUE SEJA DISSOLVIDO
NEM TUDO É PASSADO PARA QUE NÃO SEJA FUTURO
NEM FUTURO PARA QUE NÃO SEJA JÁ
NEM TUDO É TÃO TUDO PARA QUE SEJA NADA
NEM TÃO NADA PARA QUE SEJA DESSA FORMA
SE ACASO DEPOIS DE TANTO ESTUDO ASSIM DE TUDO
E SABENDO QUE TUDO PODE SER NADA
NADA PODE ATÉ NEM SER TÃO RUIM
SE ACASO VIVERES TUDO OU NADA
O IMPORTANTE É QUE DE TUDO QUE TRAGA
NÃO SEJA CHEIO DE MITO OU DE MÁGOA
NÃO SEJA INGÊNUO, NÃO BUSQUE NADA
NEM TÃO CHEIO DE DITOS PORQUE SERÁS TÃO MUDO
SE POR UM TRIS NÃO TIVERES DEUS COMO O DONO DE TUDO

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um lugar chamado Williamsburg

Ei, olha só! Vamos falar de Nova Iorque!
A partir de hoje começo uma jornada diferente, fugindo do eixo Broadway-5th para conhecer de verdade a cidade.

Lógico que umas comprinhas entre a 32nd e a 40th, a 8th e a 5th, vale a pena, mas não se proste ali como uma das milhares de placas indicativas de direção a lugares como Williamsburg, Brooklin, Chelsea, SoHo, Village, Harlen, Bronx (sim!), Queens... São exatamente esses lugares que tem muito a nos oferecer!

A partir de agora, com fotos e otras cositas más vou dividindo "experiences" fascinantes na top of the world que eu só trocaria, talvez, por Berlim.

Olha que foto fantástica!

Um sujeito de chinelos e calção no calor forte que fazia na cidade, talvez um imigrante solitário, que lia ali naquela galeria, um livro, descontraído, num dia qualquer. Estávamos em Williamsburg, um distrito, ou uma "vizinhança" peculiar do Brooklin, além-Hudson, que está entrando na moda dos mais antenados. Você lembra como era tido o SoHo alguns anos atrás? Um lugar cult, super tendência? Bem, o SoHo ainda é, mas está virando reduto das madames que não suportam mais o vultoso fluxo de turistas que abarrotam as vitrines Prada e Louis Vuiton da 5ª Avenida (eu falei em brasileiro aqui?!), e essas e outras badaladas grifes estão gerando um congestionamento, inclusive cultural ao local. Que pena!...

Pois bem. Decidiram então dar um up-grade no Brooklin, mais especificamente nos arredores do que se conhece como Williamsburg, e o que você encontra lá é New York de verdade, do nova-iorquino da gema que viveu e vive ali até hoje como um território seu.(psssss... silêncio, não espalhe!).

Lojinhas típicas do lugar
Lá, ainda se vê os costumes típicos da gente que foi educada na cidade. Ainda existem lojas antigas que passam de geração para geração. Compra-se desde fotos antigas e amareladas, milhares delas, de pessoas que você nunca viu na vida nas mais inusitadas situações (só não sei se compram aquilo, mas que eu fiquei olhando, ah sim, eu fiquei!), até baixelas de prata pura do século retrasado de alguém desesperado que deixou ali porque devia pela compra de "alguns produtos" no Bronx.
Vi um telefone azul-bebê da década de 20. Pôrra, eu queria aquele telefone! Meus amigos diziam "tá doido!", mas não estava não! O último que vi desse foi numa foto do Instagram que uma mulher australiana clicou num hospital da Rússia e não fez o que lhe pedi. Queria que ela ligasse para o hospital que esteve e pedisse. Dei, inclusive, o meu endereço para que, caso comprasse do hospital, me enviasse. A maioria são pretos e esse era o único azul-bebê! Ali estava outro, na minha frente!

Me conveceram a esquecer o telefone. Mas eu não iria deixar de lado aquela estatueta legítima de um Telly Award de ouro por 75 dólares! É! Alguém simplesmente ganhou o prêmio de festival de TV e Publicidade e simplesmente deixou lá para vender!!! "Pra quê você quer um Telly Award, gente?! Foi você o ganhador?!"

Realmente, para quem se liga nas pitorescas chamadas que o lugar te dar, você, se não estiver com amigos de freio, não vai sair dali nunca, encantado, ou vai, sem dinheiro e com trezentas malas de bugingangas, diga-se... Ou não!

Há galerias aos montes e de todos os tipos com brechós, lojas com ponta de estoque da coleção dos anos 80 e 90, com roupas novinhas, lojas de artigos modernos com um toque retrô, vários antiquários, lojas que vendem sabonetes diferentes, as que vedem varios tipos de moleskines e companhia, as de milhares de canetas, uma loja inteira somente de papéis (como?), lojas que vendem não-sei-bem-o-quê...

A Bedford Street, o principal reduto de Williamsburg é onde você irá ver de tudo, além de todos os tipos de pessoas: casais de velhinhos, colegiais típicas, grunges, punks, nerds, aquelas que falam com você no meio da rua como se fossem amigos da época do grande crash de 29;  é onde você pode encontrar a maioria das galerias e lojinhas legais, assim como cafés bem aconchegantes onde estarão sempre sorrindo para você, recebendo-o com uma enorme copo de tap water.

Uma das diversas galerias de Willimsburg
Entrei em uma dessas galerias, aquela da foto do leitor de chinelos, e que realmente não sei o nome porque a última coisa que queria saber era o nome daquela galeria que se não tiver nome não faz a menor diferença, um prédio antigo e mantido em seu estado natural (para não dizer 'jamais reformado'). Mas quando você imaginaria ver lugares assim, com um certo ar de rodoviária do interior com aspectos surreais de outro planeta, e bem no centro dos EUA?! Legal demais! E as lojas todas cults e cheia de atrações. Desde dos vendedores aos artigos que vendem, coisas malucas, invenções, objetos de alto design e coisas bonitinhas mas que não servem pra nada a não para dizer que comprou em Williamsburg.


Percorrendo o lugar passo-a-passo, a cada centímetro, ia ficando para trás em metros do resto dos amigos. Eu me encantava com tudo, e, todo mundo, ou se encantava com nada ou se encantava com tudo e tinha pressa por mais. "Vem, Flávio, sai daí, já chega! Achei uma lojinha muito legal! Você precisa ver um abajur que é feito de fio de plástico que você desenrola e põe na mochila". "Hã? Sei lá... Tudo tem limite...", só pensei...

Não são coisas típicas do capitalismo americano. Ali você, além de encontrar uma atmosfera nostálgica e super up-to-date ao mesmo tempo, você vai se deparar com o novo e o velho, lado-a-lado, ou em fusão. Eu, por exemplo, fiz uma aquisição que já almejava há tempos, de uma forma melhor do que pensei: uma vitrola. Mas calma aí! Não é qualquer vitrola...

Arte nos muros
A companhia americana Crosley de eletrônicos lançou uma jogada genial. Passou a produzir equipamentos retrôs com tecnologia moderna. Você pode ter desde um rádio a vávula a uma vitrola com cabos USB. A última loja do térreo da galeria sem nome me hipnotzou. DigitalFix. Lá eu comprei a vitrola como deve ser. Sem modernismos tecnológicos, mas novíssima.Uma réplica autêntica da Crosley da década de 60 novinha, recém-fabricada com peças no mercado mas sem extras que não seja a sua função de tocar vinil. Para cabos USB, sinceramente não me serve uma vitrola! Tratei no dia seguinte de comprar o LP da banda Florence + The Machine no show do Summerstage mas também lembrei que minha mãe não havia se desfeito de todo o seu acervo. Aliás, vinis é o que não faltam na América, em todas as lojas que um dia vendiam Cd's! (http://migre.me/5ia5V)

Já se passavam duas horas. Os amigos e primos rodaram 15 por 7 na proporção Eles x Flávio. Mas eu fiz a festa na DegitalFix. Que loja legal! Dá vontade de carregá-la inteira! Eu carreguei... a vitrola e muitos outros cacarecos... e que trabalho que me deu... Ufa! Mas sorrindo que era uma beleza!...

Fomos entrando em todas as transversais da Bedford Av. quando inusitadamente me deparei com algo inimaginável, até então, para mim, numa cidade. Uma Banho Público! Isso mesmo! Você está suado, passou o dia todo trabalhando, ou o desodorante venceu, entra lá, paga cinquenta centavos de dólar e toma uma chuveirada! Em Williamsburg não há motivos para andar mal cheiroso, então niguém se atreve com esta justificativa, e, ao contrário, se vê pessoas sempre bem vestidas e em sintonia com a moda. O Banho Público tem mais de 100 anos e será que os europeus ainda não sabem disso?!

Banho Público
Bom, não precisamos tomar banho até então, mas resolvemos comer. No DuMont Burger, em uma esquina da Bedford. Um suculento hambúguer, alto, ao estilo midwell, com queijo gruyère, salada verde com molho french e bigs frieds rings onions. Você pode dispensar a fritura e dobrar a salada.

A sobremesa dispensamos, lógico! Num lugar como Williamsburg, você tem que disparar na frente antes que encha de gente chata e turistas do tipo 'dei-por-visto". Deixamos a sobremesa para outro local e assim teríamos oportunidade de conhecer mais. Conheceríamos assim o falado Juliette Cafe. Uma água com gás, um café e uma torta de maçãs, especialidade da casa. Atendimento estranhamente péssimo, mas tudo bem... Não é igual a lugares que você costuma ir e exige por isso.

Ao final do dia, quando tudo já mesmo fechava as portas e ninguém mais tão legal andava pelas ruas de Williamsburg, uma respirada, para, cheios de coisas nos olhos e na cabeça (assim como nas sacolas) voltarmos por debaixo do Rio Hudson à Manhattan... Ah, fui embora dali como quem conhece esses lugares que nunca mais dá vontade de ir embora e com a sensação de que ainda vai morar ali pra sempre...


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Principais endereços desse texto:
DigitalFit - 218 Bedford Ave, etween 5th St & 4th St. North Side
DuMontBurger - 314 Bedford Ave., entre a 2nd St e a 1st St.
Juliette Cafe - No coração de Williamsburg, Brooklyn, alguns metros da esquina da Bedford com a 5th St, 135 North 5th Street, 11211

P.S. Mais fotos de Williamsburg no meu Instagram: www.instragr.am

domingo, 17 de julho de 2011

Trocando arte por arte

Impressionante!
Uma das músicas mais famosas do MUNDO não tem uma boa reputação nas bandas do Maranhão.
A explicação é que uma famosa empresa de automóveis, que representava uma famosíssima marca de carros, editou uma propaganda com bichinhos dançando a música e anunciando a suas ofertas! Não é difícil, pois, ouvir a música e não se lembrar do desgaste que a empresa trouxe a milhares de compradores com um golpe famoso na praça.
Mas não era para ser assim! Trato da canção.
No início das minhas aulas de francês, foi o primeiro contato com uma letra dessa língua. E a própria Aliança Francesa tratou de ensinar que ali estava uma composição memorável. "Le Lion Est Mort Ce Soir", também foi conhecida como "Wimoweh" e originalmente como "Mbube", gravada por Solomon Linda e seu grupo The Evening Birds para o South-African Record Company Gallo em 1939.
Nesse mesmo ano, comercializado para o público negro, "Mbube" se tornou um hit e Linda uma estrela em toda a África do Sul. Em 1948 a canção já tinha vendido cerca de 100 mil cópias na África e entre os imigrantes negros sul-africano na Grã-Bretanha e tinha emprestado seu nome para um estilo acappella da música africana.
Em 2000, o jornalista sul-africano, Rian Malan, escreveu um artigo para a revista Rolling Stone contando a história de Linda e estimou que a música gerara sozinha um ganho de US$ 15 milhões no filme O Rei Leão (Disney). A peça levou o cineasta François Verster a criar o premiado documentário vencedor do Emmy, "Um Leão" (2002) que contou a história de Linda, enquanto incidentalmente expôs o funcionamento da multi-milionária indústria corporativa da música.
Entrevistado no documentário, Pete Seeger, um dos produtores e editor da Disney, publicamente lamentou por não ter conversado antes com Linda e ter proposto a ela a assinatura de um contrato. Explicou ele: "O grande erro que eu fiz foi o fato não garantir que a minha editora assinasse um contrato de composição regular com Linda. Meu editor simplesmente enviou a Linda e ao grupo The Weavers algum acerca dos direitos autorais".
Em julho de 2004, como resultado da publicidade gerada pelo artigo de Malan na Rolling Stone e o documentário filmado logo depois, a canção tornou-se objeto de uma ação judicial entre Solomon Linda e a Disney.
Em 1962, Henry Salvador, natural da Guiana Francesa, fez uma versão em francês para a música que ficou muito conhecida na França e nos países francofõnicos. E foi com ela que eu me deparei sabendo e conhecendo tudo isso.
O ruim é que ela, esta tão bela música, esteja entremeada de polêmicas, mas não foi assim na minha última visita à Nova Iorque.
Retornaria para uma visita ao Metropolitan Museum, não sem antes dar uma boa olhada na feirinha de domingo em frente do belíssimo prédio renascentista, debaixo de um sol escaldante. Ouvi um som legal ao longe e larguei a feirinha. Era um grupo de cantores que cantavam sem qualquer instrument - que não um baixo para dar o tom - músicas célebres do jazz e do soul americano. Tudo com suas vozes, sendo estas instrumentos e vocais propriamente ditos. Não é por outra razão que o grupo se chama Acapella Soul, quando se prepararam para cantar sua próxima canção. Era ela.
Isso me fez ficar duas horas debaixo do sol e esquecer de retornar ao famoso museu. Aqui eles cantam The Lion Sleeps Tonight e, este filme, enviei no momento da gravação.

Quanta história! Vejamos o som é que é!...




Fonte: Wikipédia